23- Novas espécies


Um professor com alunos ao redor de uma grande bacia. Esta foi a primeira cena que Sofia vira naquilo que chamou de "convenção bachiana". Era uma imagem nítida, flutuando no centro da roda formada por ela e as três pessoas.
Soube por algum motivo ser importante guardar aquela imagem em sua mente. Depois disso, começaram a surgir cenas como que editadas em um filme, mostrando a terra.
"Você está em um dos poucos espaços produtivos que sobraram do planeta terra. Tudo passou por uma transformação radical. Hoje todos tentam salvar a humanidade da total extinsão. Quase não há comida, água potável, nem energia.
Embora o homem tenha feito grandes descobertas, principalmente tecnológicas, pouco se pode fazer sem os recursos naturais.
Nações inteiras desapareceram. A maior parte assoladas por catástrofes, pela fome, guerra e pela sede. Povos do mundo todo foram confinados nesses espaços. Estão todos juntos, dividindo uma àrea pequena e sem recursos suficientes para que todos sobrevivam.
A nova sociedade que se forma, está estabelecendo regras de convivência. As mulheres não reproduzem mais há alguns anos. Quase não existem mais famílias biológicas. As crianças que sobreviveram são preservadas a todo custo.
Em caso de ameaça, adultos sozinhos são afetados primeiro. Depois os casais e por último, líderes e crianças.
Os casais são formados com a tarefa específica de preservar as crianças. São apenas guardiões, sem laços, ou compromissos matrimoniais. As crianças contam com sua orientação e ajuda para formarem a nova sociedade. A escola trabalha principalmente a nova linguagem, criada para unificar e facilitar o entendimento.
Nesta nova sociedade, a terra é dividida em espaços distintos". Sofia assistia a tudo, ouvindo atentamente cada palavra, sem procurar analisar ou entendê-las. Estava só baixando um programa para fazer parte daquele novo mundo.

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